Não sei o que te move. Se corres as estações por fanatismo ou uma qualquer razão estranhamente oblíqua àquilo em que acredito. Não. Ao que sou, ou não, capaz de fazer. Gostava de saber se a vivacidade é algo que se estuda, que se aprende. Porque há corpos que trabalham vazios, ocos na ausência absoluta dessa energia que de ti parece transbordar. A obstinação, a persistência e a iniciativa. Cumprimentei uma vez uma ou outra, num aceno do outro lado da rua, sem sequer olhar. Fazem parte de um grupo em que te moves livremente, sem constragimentos ou vergonhas.
Não sei o que me move, se é que me movo de todo. Existe, vive e cresce um som abafado, emitido por um qualquer órgão inútil mas que invade todos os outros. Vivo num contágio cíclico, que não sei contrariar. Por vezes há sopros provenientes de um distanciamento eficaz e de curta duração. Não existe qualquer controlo. Não conheço o controlo. Seguir invisível através dos transtornos, com uma irritação inerente a todos os gestos.
As fases de ar quente são irrepetíveis, em metáforas inconvenientes mas que servem o propósito do imediatismo que lhes é característico. Esquecidas diariamente, na inércia das horas em que não se cumprem quaisquer obrigações. Este momento são minutos dessas horas. A obstinação de que falo controlo-a apenas na errada direcção que lhe dou. Há circunstâncias absolutamente provocadas, quase estudadas de forma doentia. Sossego naquelas que não o são.
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