sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Quantos serões serão necessários para me provares que vale a pena? Estou cansada de recitais, idiotas, na tua voz monocórdica que me adormece os sentidos, que não me convence de nada. Arrastas-te por esses corredores fora, brancos de luz eléctrica, com a cabeça baixa e os olhos caídos de animal doente. Abres as portas sem saber o que fazes, é o álcool que te confunde os sentidos?

Na rua páras e acendes o cigarro nos dedos moles, a tua boca mole tenta apanhar o fumo que puxas fracamente e não ergues os olhos quando o cospes. És ridículo. Essa tua coluna dobrada é ridícula.

Não me convences. Não me apanhas. Não quero saber do que dizes. Encosta-te no teu canto poeirento e pára de tentar angariar admiradores.

Sem comentários: