quarta-feira, 30 de abril de 2008

Arte 31

O Minotauro - George F. Watts

"Minotauro: dá-se o nome de Minotauro a um mostro que tinha corpo de homem e cabeça de touro. Na realidade, chamava-se Astério ou Astérion, e era filho de Pasífae, mulher de Minos, e de um outro touro enviado por Posídon a este rei.
Minos, aterroriozado e envergonhado com o nascimento do monstro, fruto dos amores contranaturais de Pasífae, ordenou ao artista ateniense Dédalo, que nessa altura se encontrava na sua corte, que construísse um imenso palácio (o Labirinto), composto de um tal emaranhado de salas e corredores que ninguém, a não ser Dédalo, conseguisse encontrar o caminho para dele sair. Foi lá que encarcerou o monstro. E, todos os anos (outros dizem que de 3 em 3 anos, ou mesmo de 9 em 9), dava-lhe a devorar sete jovens e sete donzelas, tributo que impusera à cidade de Atenas.
Teseu ofereceu-se voluntariamente para fazer parte do grupo de jovens e, mercê da ajuda de Ariadne," (Ariadne entregou-lhe uma bola de linha) "conseguiu não só matar o animal, como também encontrar o caminho para voltar à luz do dia."

In Dicionário de Mitologia, Pierre Grimal

terça-feira, 29 de abril de 2008

Arte 30

Paisaje con Figura - Modesto Urgell Inglada

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Fotografia do Porto


"O Porto é uma menina a falar-me de outra idade.
Quando olho para o Porto sinto que já não sou capaz
de entender a sua voz delicada e, só por ouvir, sou
um monstro que destrói. Mas os meus dedos são capazes
de tocar-lhe nos ombros, de afastar-lhe os cabelos.
Entre mim e o Porto, existem milímetros que são
muito maiores do que quilómetros, mesmo quando
os nossos lábios se tocam, sobretudo quando os nossos
lábios se tocam. De que poderíamos falar, eu e o Porto,
deitados na cama, a respirar, transpirados e nus?
Eis uma pergunta que nunca terá resposta."

in Gaveta de Papéis, José Luís Peixoto.

sábado, 26 de abril de 2008

Arte 29

Girl With Bare Shoulders - Gwen John

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Arte 28 ou Em Homenagem

A Crucifixão - Giotto

Fui já "obrigada" a ler excertos da Bíblia. Não pelas avós tão religiosas, muito menos pelos meus pais. Mas por um professor que, para quem o conheceu, foi capaz de deixar uma marca. O Prof. Dr. Fausto Sanches Martins, recentemente jubilado da Faculdade de Letras do Porto, foi um professor exemplar e um modelo de conhecimento que muitos gostariam de seguir. Foi também o criador de uma disciplina de nome Iconografia que, creio eu, entusiasmou todos quanto a frequentaram. Deixo aqui o meu insignificante quinhão, pequenas curiosidades, para quem estiver interessado.

Iconografia da Crucifixão
  • Cristo encontra-se crucificado numa cruz comissa (em forma de "T").
  • A cruz comissa é constituída por uma trave vertical - stipes - e uma trave horizontal que é por aquela atravessada, mas não ultrapassada - patibulum.
  • Os pés de Cristo apoiam-se num suppedaneum.
  • No cimo da cruz, um titulus, com a inscrição IESVS NAZARENVS REX IVDAEORUM (poderia aparecer apenas em latim, mas por vezes era inscrito em 3 línguas: latim, grego e hebraico).
  • Sob a cruz surgem ossos, representativos do lugar onde se julga ter morrido também Adão (Monte Gólgota). Adão foi o primeiro homem, criação de Deus, que envia de novo à terra um escolhido que a irá salvar do pecado original.
  • Cristo apresenta-se quase despido, velado apenas por um perizonium.
  • Anjos choram a morte do seu Salvador e colhem o seu sangue em pequenas taças.
  • Do lado direito de Cristo (que representa o bem), encontram-se as Sagradas Mulheres e S. João Evangelista, o mais fiel dos seus discípulos.
  • A Virgem desfalece ao testemunhar a morte do Seu Filho e é amparada por João e Maria (?)
  • Maria Madalena agarra-se aos pés de Cristo e chora a sua morte. É facilmente identificável pelo cabelo ruivo e solto, pouco comum nas mulheres da altura.
  • Do lado esquerdo os soldados discutem entre si a divisão da túnica de Cristo.
  • Entre eles, o que será provavelmente José de Arimateia, que resgatou e enterrou o corpo de Cristo.
  • É de notar que as figuras santas, e apenas estas, aparecem representadas com um nimbo (espécie de auréola redonda e apresentada com uma cor sólida, geralmente dourado).

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Arte 27

The Nightmare - Henri Füsli

Romantismo. Wiki

Animações

Há festas, acontecimentos, encontros "sociais" que são por vezes considerados, inevitavelmente, como encerramentos. Hoje aconteceu assim. A partir de agora impera a necessidade de um tempo de quase isolamento, de meditação/estudo quase clerical, que não permite animações nem diversões.

(Quando às vezes o sono impera sobre o discernimento não é fácil desenvolver uma ideia. )

Arte 26

Le Baiser Sous la Colonne - Paul Ackerman

terça-feira, 22 de abril de 2008

Arte 25

Berlin Street Scene (Leipzigerstrasse) - Lesser Ury

Dádivas

A única forma que tenho encontrado para exprimir algum altruísmo, de ajudar o outro e ser útil, sem me chatear e de certa forma à distância, é através de dádivas de sangue. Sei que para tantos transparece como uma escolha bizarra, mas é a solução mais óbvia para mim. Além disso, se um dia estiver a morrer numa cama de um hospital, quero saber que alguém fez o mesmo.

Hoje alimentei mais um pouco este sentimento de altruísmo à distância. E dupliquei-o: a dádiva de medula óssea agora já faz parte da lista.

Gostava de tentar levar mais pessoas a fazê-lo. Ah e, mexam-se e façam o teste do HIV/SIDA. Tenham algum amor à vossa saúde (é de graça, eu prometo).

Pouco mais há a dizer

The Wanderer Above a Sea of Mists - Friedrich

"pouco mais há a dizer. caminho largando os últimos resíduos da memória. fragmentos de noite escritos com o coração a pressentir as catástrofes do mundo, a grande solidão é um lugar branco povoado de mitos. de tristezas e de alegria. mas estou quase sempre triste. algumas fotografias revelam-me que noutros lugares já estivera triste. por exemplo, no fundo deste poço vi inclinar-se a sombra adolescente que fui. água lunar, canaviais, luminosos escaravelhos. este sol queimando a pele das plantas. caminho pelos textos e reparo em tudo isto. o que começo deixo inacabado, como deixarei a vida, tenho a certeza, inacabada. o mundo pertenceu-me, a memória revela-me essa herança, esse bem. hoje, apenas sinto o vento reacender feridas, nada possuo, nem sequer o sofrimento. outra memória vai tomando forma, assusta-me. ainda quase nada aconteceu e já envelheci tanto. um jogo de estilhaços é tudo o que possuo, a memória que vem ainda não tem a dor dentro dela. as fotografias e os textos, teu rosto, poderiam projectar-me para um futuro feliz, ou contarem-me os desastres dos recomeçados regressos. mas, quando mais tarde conseguir reparar que a vida vibrou em mim, num instante, terei a certeza de que nada daquilo me pertenceu. nem mesmo a vida, nenhuma morte. na mesma posição, reclinado sobre o meu frágil corpo, recomeço a escrever. estou de novo ocupado em esquecer-me. a escrita é precária morada para o vaguear do coração. resta-me a perturbação de ter atravessado os dias, humildemente, sem queixumes. anoitece ou amanhece, tanto faz."

Al Berto, in "Quinta de Santa Catarina", Degredo no Sul

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Arte 24

Still Life With Nautilus Cup - Willem Kalf

Fome + Necessidade de ver coisas bonitas

Barroco

domingo, 20 de abril de 2008

Arte 23

A Leitora Junto à Janela - Vermeer

Pura delicadeza.

sábado, 19 de abril de 2008

Dançar

É melhor quando não se faz sob o género mais evidente.

Duas cervejas, é suficiente.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Arte 22

Madame Camus de Vermelho e Leque - Degas

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Arte 21

It's a Great Big Beautiful World - David Lynch

Bichos


APAREÇAM!

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Arte 20

Retrato de Pintura de Bañista - Dario Urzay

Decisões

Passam os anos e é preciso tomá-las. Dar o passo. É preciso crescer, é preciso preocupar. Alguma independência não é emancipação. Há que caminhar em direcção a ela.

Internet(s)

Ao fim de mais de um ano fui capaz de tomar uma atitude, para pôr o meu computador de casa a funcionar em condições.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Arte 19

El Sueño del Caballero - Antonio Pereda

A Vanitas - A tipologia barroca da representação da morte.

O Sonho do Cavaleiro, de Antonio Pereda, traduz-se numa alegoria rica e de imenso significado. Antes de mais, a própria noção de sonho como sugestão da morte. Esta “correlación shakespeariana dormir-morir-soñar” encontra as suas raízes num passado mais remoto, se nos lembrarmos que o Sonho (Hipno) é tido como filho de Nix (Noite) e Érebo (escuridão do mundo inferior) e irmão de Tânato – a Morte. O anjo que se aproxima do cavaleiro traz consigo uma filactéria com palavras alusivas a uma morte súbita. É interessante a utilização de uma máscara de forma a transmitir ao observador a concepção do mundo como teatro, como palco, e o homem como actor. Os elementos presentes são todos representativos daquilo que a vanitas realmente simboliza: a inexorabilidade do tempo quer na representação da vela apagada, quer no relógio que se encontra em cima da mesa ou até nas flores, que tão depressa desabrocham como se definham; as riquezas nas caixas que transbordam de jóias; o poder nas armaduras e no globo terrestre, ligados às guerras e ao domínio do mundo, mas também nas cartas, simbolizando toda uma miríade de jogos de poder; os instrumentos musicais que desde há muito são associadas a um instrumento do mal, como arte prazenteira que é.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Andy Kehoe

Feeding Life

Humanity Bleeds


Turning Flowers Into Snakes

Bad Times Infect Our Tree of Lovely Memories

Passing Away Into Unseen Worlds


Sinto que neste caso devo abrir uma entrada dedicada exclusivamente a este homem.

Dos artistas mais originais e geniais que tenho encontrado nos últimos tempos. O seu trabalho conceptual é captivante, delicioso, misterioso, com um colorido maravilhoso e personagens estranhos. É difícil não gostar.

Arte 18

Bridges over the Seine - Chagall

Segunda Feira

Não tenho qualquer dúvida que, até ao dia do meu aniversário, as segundas-feiras vindouras irão ser certamente os piores dias da minha vida.

É deprimente, eu juro.

Arte 17

John and Salome - Aubrey B. Beardsley
(Por favor aumentem a imagem. Vale a pena.)

Para a história destes personagens: Wiki

domingo, 13 de abril de 2008

Arte 16

La Toilette - Toulouse-Lautrec

sábado, 12 de abril de 2008

Arte 15

Boo - Vasarely
Op Art. Wiki

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Irritações

Ontem à noite assisti a uma das apresentações mais fracas de um dos livros de poesia mais fracos de sempre. Estando eu no sítio errado à hora errada, está bom de ver que não pude fugir aos clichés e lugares-comuns de duvidosa qualidade (passando o pleonasmo) que estavam a ser proferidos pelo microfone.

É triste ver que certamente qualquer aluno de línguas e/ou literatura da Faculdade de Letras (ou até mesmo eu, quase de certeza) seria capaz de fazer muito melhor, mesmo que nem gostasse muito de poesia, e que, no entanto, provavelmente nunca lhe será dada essa oportunidade.

Ficamo-nos pela mediocridade e isso parece incomodar cada vez menos...

Arte 14

Orquídea e Colibri Perto de uma Cascata - Martin J. Heade

Porque há dias em que apetece ver coisas bonitas.

The Bucket List

Às vezes é bom rir.

Às vezes morrer não parece tão mau assim. Se tiveres guito no bolso.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Arte 13

São Jorge Lutando o Dragão - Paolo Ucello

Renascimento. Para ideias sumárias e básicas: Wiki

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Adoro-te, Elefante

Porque adoro animais. Porque parecem mais brilhantes que muita gente, às vezes.

Arte 12

La Chambre - Balthus
Dedicado ao Urso.

Parvoíces

Hoje, num dia de chuva, com muitas poças na rua, digo eu:

"Fogo, que seca, ainda por cima a minha sapatilha está desligada!!!"


(a.k.a. desapertada)

terça-feira, 8 de abril de 2008

O Sono

O sono perturba-me. Quem me conhecer e ler isto não acredita porque sabe que eu sou uma profissional. Mas sou uma profissional de dormir! Não quer isto dizer que naqueles poucos segundos que demora cair no sono mais profundo eu não fique incomodada com o pensamento de desconhecer o processo do que está, na verdade, a acontecer.

Não sei o que é que o cérebro faz para ficar inconsciente e há alturas em que esta ideia me persegue. Fico naquela impaciência a tentar compreender o que é o sono e a tentar perceber o momento em que começo a perder noção do que me rodeia. E depois, como é evidente, não adormeço, pelo menos não imediatamente...

Gostava de desvendar o mistério, mas de uma forma que envolvesse linguagem plebeia, e eu tenho a certeza que qualquer pessoa que mo pudesse explicar não o conseguiria fazer dessa forma.

Arte 11

Femme à la Colombe - Tamara de Lempicka

Dedicada à doida.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Ignorância

Reajo sempre muito mal quando me perguntam "O que é a arte para ti?". Julgo que é apenas natural que as pessoas me coloquem essa questão, como aluna de História da Arte que sou. Mas a verdade é que não tenho, e penso que talvez nunca venha a ter, resposta.

Não sei se é por culpa do nosso ensino (sim, vamos pôr-lhes as culpas em cima mais uma vez), ou simplesmente por preguiça e falta de curiosidade minha, que nunca me lançei a ler ou a estudar alguma coisa que me pudesse "iluminar". Mea culpa, suponho eu...

Torno isto um convite informal a quem quiser partilhar a sua opinião, quem sabe ajudando-me a formar a minha.

Conversas

Dr. House - "You were raped, and you wanna talk about the weather?"

Rapariga violada - "Yes."


Não fui violada, mas apetece-me falar do tempo.

Arte 10

Reclining Woman - Soutine

Questões

Estou cansada. Há alturas de repetição incessante, repetição pesada que se impõem num ciclo vicioso do qual parece ser impossível fugir.

E se há certos quotidianos que resultam, que se afiguram desejáveis, há outros que se transfiguram em algo pior e mais irritante que a chuva que não se sente e que molha, quais lugares-comuns odiosos e revoltantes.

Não sou uma pessoa muito predisposta a aceitar surpresas, a lidar bem com certos imprevistos, mas ao mesmo tempo saturo-me destes ciclos e peço, preciso que me abanem com força, que balancem a mão numa boa estalada e me digam que há mais, que eu posso fazer algo mais longe disto.

Contradições

É interessante como, por vezes, após momentos de calmia e tranquilidade tão grandes, se seguem instantes de um ódio silencioso tão intenso.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Madrid

Coisas que vi e gostei.

Thyssen-Bornemisza

Two Breton Women Under an Apple Tree in Flower - Sérusier

Factory in the Moonlight - Maximillien Luce

The prints - Manguin

Kneeling Nude in front of a Red Screen - Kirchner


The Madonna of the Village - Chagall

Large Interior - Paddington - Freud

Hotel Room - Hopper

Green on Maroon - Rothko


Exposições temporárias.

Modigliani - Museu Thyssen-Bornemisza.

Reclining Nude - Modigliani


Picasso - Colecção do Museu Picasso de Paris no Museu Reina Sofia.

La Celestina - Picasso

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Arte 9

Prometeo encadenado - José Ramón Zaragoza

terça-feira, 1 de abril de 2008

Sem título

Amanhã de manhã parto para passar um dia em Madrid. Ver exposições por lá sai mais barato que ver umas exposições por Lisboa. Prefiro mesmo sair do país, sendo assim!


À parte disso não há muito a dizer. À excepção de pequenas interrogações sobre o destino do meu curso que, podendo ser tão interessante, parece estar a ir por água abaixo. Vejo os professores a ir embora, não sei realmente quem poderá tomar o lugar de muitos deles.

Uma pequena nota de aborrecimento e alguma tristeza.

Arte 8

Semi-nu feminino com chapéu - Ernst Ludwig Kirchner

Expressionismo Alemão - Die Brücke